• O Fruto


    A árvore do cacau, (Theobroma cacao), vulgo cacaueiro é uma árvore frágil, e as três principais zonas de cultivo são África, América Central e Sul e Sudeste da Ásia. Para um excelente desenvolvimento necessita de um clima muito quente e húmido. A colheita do cacau pode começar perto dos 5 anos da sua plantação e esta pode produzir até aos 50 anos de idade.

    Figura 1- Árvore de fruto cacau-Cacaueiro
    Esta árvore pode chegar aos 15 metros de altura, todavia costuma ser podada a uma altura máxima de 8 metros, tem folhas longas que nascem avermelhadas e logo ficam de um verde intenso, medindo até 30 cm. Seus frutos também podem medir até 30 cm de comprimento, apresentando coloração verde, vermelha ou acastanhada, cores que tendem ao amarelo, quando amadurecidos.
    Figura 2- Vários tipos de cores do fruto cacau

    No interior do fruto são encontradas de 20 a 50 sementes recobertas por uma polpa branca e adocicada, fixadas e uma placenta com as mesmas características.
    Figura 3- Interior do fruto cacau
    A flor do cacau tem cinco pétalas e é polinizada por pequenos insetos, ao longo de todo o ano. Entre a polinização e o amadurecimento do fruto decorrem cerca de 180 dias.

    Figura 4-Flor do cacau, Phytophilia -Theobroma cacao 
    As épocas de produção de cacau dividem-se em dois principais momentos no ano: Novembro a Janeiro (principal) e Maio a Julho (secundária), a colheita é cautelosa, para não danificar as flores e frutos da árvore. Existem cerca de vinte e cinco espécies de cacau, as três variedades que mais se cultivam são: o Criollo, o Forastero e o Trinitário.

    O Criollo é um cacau nobre raro e escasso.
    Figura 5- Variedade de cacau-Criollo
    Equivale apenas a cerca de 1% da produção mundial. Foi dominante em meados do século XVIII, mas restam poucas árvores desta espécie. É originário da América Central e México. Cultiva-se no México, Nicarágua, Guatemala, Colômbia, Venezuela, Equador, Madagáscar, Sri Lanka e Indonésia. É uma árvore frágil e sensível, e de baixo rendimento. É um cacau excelente: ácido, um pouco amargo mas aromático. Os frutos são compridos e largos, verrugosos e com sulcos na casca, de cor verde e vermelho. Os grãos são de cor clara e ligeiramente violetas. Novos tipos de criollo estão a ser cultivados na América do Sul e Central, mas porque este cacau não é muito rentável, vamos ver até que ponto os produtores estão a disponíveis para investir.

    Forastero é o cacau de maior consumo, e o mais cultivado por ser o mais rentável.
    Figura 6 – Variedade de cacau- Forastero
    Representa 85% da produção mundial. É originário da Amazónia e cultiva-se principalmente na América Central e Sul, Brasil (zona da Bahia), Equador, Perú, Colômbia e na Africa Ocidental mais concretamente na Costa do Marfim e República do Gana.
    É uma árvore muito resistente às doenças e rentável. Por vezes os produtores misturam os seus frutos com outros superiores como o Criollo ou Trinitário. Tem sabor e aroma forte e amargo.
    É o tipo de cacau do chocolate de leite. Os frutos são redondos de cor verde e amarelada quando maduros e os grãos achatados.

    Trinitario este cacau é um híbrido do Forastero e Criollo.
    Figura 7- Variedade de cacau- Trinitario
    Apareceu após uma doença que devastou as plantações de Cacau em Trinidad nas Caraíbas e após a importação do tipo forasteiro da Venezuela. As espécies cruzaram com as poucas árvores de Criollo que tinhas resistido dando origem ao Trinitario.
    Esta variedade produz um cacau fino com o sabor do Criollo e um toque do amargo do Forastero. Representa 5%-10% da produção mundial. Cultiva-se em zonas onde se cultivava a espécie Criollo. Esta espécie expandiu do Trinidad para a Venezuela, Equador, Camarões e Sri Lanka.
    Dá um bom rendimento e é resistente às doenças. É uma boa opção para os produtores em substituição da plantação da espécie Criollo. O processo de produção divide-se em quatro partes: Extração, Fermentação, Secagem, Classificação, Transporte.

    A Extração o fruto é colhido do cacaueiro e depois é dividido em duas partes, e são retiradas cuidadosamente as sementes do interior, pois os grãos não podem ser danificado.
    Figura 8- Colheita do cacau
    Figura 9- Abrir o fruto para retirar as sementes de cacau

    A Fermentação do cacau, as sementes são colocados em vasilhas de madeira pelo período de 6 a 7 dias, a cada 48 horas voltam-se os grãos de cacau para assegurar uma fermentação uniforme.
    Figura 10- Início do processo de fermentação
    Figura 11 – Fase final da fermentação do cacau

    A Secagem do cacau, após a fermentação, as sementes são colocadas em barcaças com lastro de madeira, para secagem ao sol de forma lenta e gradual, evitando exposição das sementes às altas temperaturas.

    Figura 12 – A secagem do cacau
    A Classificação dos grãos é feita quando estes estiverem secos, nesta altura os produtores de cacau levam os grãos para um centro de recolha, onde são classificados. Da colheita de cada agricultor é retirada uma amostra de 100 grãos, que são cortados e abertos, os grãos são classificados e a seu lote é atribuído um código de qualidade.

    Figura 13 – Verificação qualidade do cacau
    O Transporte é feito após a pesagem e embalagem dos grãos em fardos de 50-60 kg, os sacos de juta são seladas, a fonte e a qualidade dos grãos assegurada.
    Milhares de sacas de cacau selecionadas vão para grandes armazéns, onde a origem é cuidadosamente registada.

    Figura 14 – Pesagem e embalagem do cacau
    Depois de um segundo controlo de qualidade, o cacau já embalado em sacos é colocado em contentores, e despachado para o porto, para depois serem enviados para o seu novo destino.

    Figura 15 –Armazéns de cacau e o transporte do cacau em contentores






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